No dia 29 de março fizemos um passeio à zona das Beiras do muito agrado de todos os associados que nos acompanharam.
Começámos o nosso passeio com destino a Mangualde e antes de iniciarmos a visita guiada ao Palácios dos Condes de Anadia, nada melhor do que tomar o nosso pequeno-almoço(calórico) com um pastel de feijão do Patronato numa bela esplanada cheia de sol!
Seguimos para a porta do Palácio dos Condes de Anadia, uma das mais notáveis Casas de Portugal, uma Casa Senhorial privada construída no século XVI que no século XVIII se transforma num dos ex-libris do barroco português e faz parte do conjunto de “joias da coroa” do Centro de Portugal.
A nossa guia que por sinal era excelente e de um conhecimento sábio, começou a visita pelos belos jardins, vinhedos e quinta, propriedade que integra cerca de 10 hectares de vinha – que dão origem ao vinho Conde de Anadia e integra a Rota do Dão dos Jardins Históricos Portugueses, demonstrativos do desenvolvimento ambicioso e de inovação para aquela época.
O Palácio de Mangualde era conhecido por Casa dos Paes do Amaral mas, pelo casamento de Manuel Paes do Amaral de Almeida e Vasconcelos Quifel Barbarino, com sua sobrinha D. Maria Luiza de Sá Pereira de Menezes de Mello Sottomayor, 3.ª Condessa de Anadia, passou a ser conhecido por “Palácio Anadia”.
A origem da Casa dos Paes do Amaral, em Mangualde, remonta a finais do século XVI, mas foi a partir de 1644, quando Gaspar Paes do Amaral, Capitão-Mor de Mangualde, instituiu em vínculo à Capela que possuía nos termos da vila que o seu nome foi engradecido. No primeiro quartel do séc. XVIII, Simão Paes do Amaral, mandou reedificar a antiga casa que transformariam a pequena casa com capela, num dos mais importantes Palácios barrocos em Portugal, sendo o seu filho Miguel Paes do Amaral que lhe dá continuidade.
Várias personalidades importantes passaram por este Palácio estando repleto de azulejos setecentistas, e obras de pintores como Pellegrini, Giagenti, ou Lanzarotto, coleção de Trajes e Acessórios, coleção de Biscuits única em Portugal, assim como a coleção de mobiliário, gravuras e pinturas, o Palácio dos Condes de Anadia é, em Portugal, um dos mais importantes exemplos da arquitetura senhorial setecentista.
Era hora de almoço e não poderia ter escolhido melhor sitio o colega de Viseu para nos surpreender, no meio de muito arvoredo um acolhedor restaurante nos esperava, com um almoço divinal e uma simpatia estonteante dos seus funcionários para nos acolher!
Do bacalhau à vitela, do javali à lampreia, da sobremesa ao café e ao “sangue do javali” foi de facto tudo excelente e num ambiente de franca amizade e carinho entre todos, deixo o testemunho sentido de um associado.
A vida também se faz destes momentos de camaradagem, de convívio, de amizade, que se completam a uma mesa de refeição, onde especialmente se confraterniza e até se "deita abaixo" uma tachola de lampreia, que tão falada foi durante o fausto repasto e que mereceu esse epílogo, protagonizado por quem, excecionalmente, teve mais barriga do que olhos!!!!! Mas, com ar agora mais sério nesta parte, tudo isto também é importante para confraternizar e cimentar amizades entre pessoas e colegas que, alguns já partilharam e outros continuam a partilhar, os escolhos que a profissão naturalmente nos coloca a cada dia que nasce! Bem hajam a todos.
O almoço e o local convidava a ficar, mas esperava-nos a visita ao Museu Grão Vasco e à Sé Catedral, dois espaços maravilhosos a visitar e que tivemos o privilegio também de ver a exposição de Paula Rego exposta no Museu.
A Sé com as grandes torres que lhe dão um aspeto de igreja fortificada é imponente e um ponto de referência da cidade, mesmo quando vista à distância. Começou a ganhar forma no século XII, com o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, e sofreu uma profunda renovação no século XIII, durante o reinado de D. Dinis. No seu interior as abóbadas onde as nervuras em forma de cruz foram esculpidas na pedra como se fossem uma grossa corda com um nó a meio, atributos náuticos muito ao estilo manuelino, conferem ao conjunto uma fina elegância. Os fechos das abóbadas são rematados por florões em pedra de Ançã, que ostentam as divisas de reis e brasões de bispos.
No Museu Grão Vasco implementado no largo da Sé em pleno centro histórico da cidade e onde se encontra exposto o belíssimo retábulo de Vasco Fernandes (Grão Vasco) que representava cenas da vida de Cristo e que anteriormente estava na Se Catedral. A coleção principal do Museu é constituída por um conjunto notável de pinturas de retábulo, provenientes da própria Catedral, de igrejas da região e de depósitos de outros museus, da autoria de Vasco Fernandes, o Grão Vasco.
No fim da visita percorremos as lindas ruas do rossio, o antigo mercado que hoje é uma belíssima zona de lazer, apreciámos as suas esplanadas de rua repletas de gente a aproveitar o bom tempo…e como o tempo ajudava sentámo-nos todos na esplanada a confraternizar antes de rumarmos a nossas casas.
Foi um dia muito bem passado entre Amigos.
Obrigada ao colega da região que nos recebeu tão bem!
Venham mais eventos destes!
Texto de Carlos Amaral
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